A cooperação entre a República de Angola e a República da Itália nunca esteve melhor como nos últimos anos do presente século. Entre os dois países multiplicaram-se os encontros bilaterais, eventos que permitiram o aprofundamento das relações entre os dois povos em vários domínios de interesse comum. Se de um lado a Itália necessita das matérias primas angolanas para poder transformar e exportar-las, do outro lado, Angola necessita do know how italiano em senso lato: das suas tecnologias médicas e agro-alimentares; dos conhecimentos relativos as construções em terrenos acidentados; dos conhecimentos relativos aos sector industrial mecânico e dos transportes avançados. São sectores que a Itália tem empresas líderes na Europa e no mundo, um know-how precioso que pode ser útil para o desenvolvimento econômico de nosso país.
Na vertente puramente econômica, registou-se um aumento das trocas comerciais, aonde pela primeira vez Angola diversificou a sua oferta: o país meteu na balança comercial não só matérias primas, mas também bens pré-trabalhados e serviços. Isto constitui um crescimento qualitativo de grandes impacto, visto que as exportações constituem o motor do crescimento econômico de qualquer sociedade. Quanto mais as exportações forem diversificadas, mais équo é o crescimento da sociedade/país exportadora.
A confirmar as informações acima citadas, sublinhamos o mais recente e significativo evento na história da cooperação entre os dois países. Em 2011, deslocou-se para Angola, uma imponente delegação empresarial italiana encabeçada pelo vice-ministro italiano para o desenvolvimento econômico, Adolfo Urso. A mesma era composta por cerca de 80 empresários em representação de 54 empresas italianas, com o objectivo de aprofundar o conhecimento do crescente mercado angolano, e potenciar as relações comerciais entre os dois países. Já em Angola, a delegação transalpina participou no Fórum econômico, que decorreu no hotel Trópico, no qual esteve presente o presidente da Agência de Investimento Privado (ANIP), Dr. Aguinaldo Jaime (1), o representante da Associação Industrial de Angola (AIA), Dr. José Severino, e a figura máxima da Câmara de Comércio e Indústria, Dr. João dos Santos.
Segundo dados do Ministério da Economia angolano, a Itália é o décimo quarto importador dos nossos produtos no mercado internacional, e considerando a crescente importância da nossa economia, este país amigo e quer reforçar a própria presença. Apesar de ter apenas uma quota de mercado 2,4%, dados que significam 302 milhões Euros por ano, o ritmo de crescimento das trocas comerciais entre os dois países tem vindo a crescer vertiginosamente pelo que nos últimos quatro anos, o valor das trocas comerciais aumentaram 45% a cada ano.
É de salientar que a Itália foi o primeiro país Ocidental a reconhecer a independência de Angola, e como amante das relações internacionais aproveito para sublinhar quanto importante foi o apoio do Belpaese.
PR José Eduardo dos Santos durante um visita a Europa (Anos 70)
Nos anos sessenta e setenta muitos expoentes dos partidos italianos de esquerdas manifestaram-se em Milão e em Roma a favor da independência de Angola. A edição online, do jornal de esquerda "L'Unità", fundado pelo grande intelectual italianos, Antônio Gramsci, alberga uma galeria fotográfica com fotos históricas de Angola e de África. Grande relevo têm os eventos políticos daqueles anos visto que as ideologias antagonistas, nas maior parte das voltas, não contribuíam para a resolução de certos problemas.
Como nos anos sessenta e setenta, as relações entre Angola e a Itália, vivem hoje um rico momento no qual reina o respeito mútuo e se trabalha na busca de maiores e melhores oportunidades de cooperação econômica e cultural.
Kingamba Mwenho
Por Angola, hoje e sempre!
Cfr. TB - Webgrafia
1) http://www.anip.co.ao/Indicadores-Economicos.aspx
2) http://www.ambluanda.esteri.it/Ambasciata_Luanda
3) http://www.agenzianova.com/cooperazione/speciale/1/angola
4) http://archiviofoto.unita.it/ricercafa.php?key=angola
5) http://www.ambasciatangolana.com
6) http://www.minec.gov.ao/