Os exportadores da democracia acabam de violar novamente a resolução das Nações Unidas. Al Jazira a televisão satelitar arabe divulgou um vídeo feito pela sua troupe de jornalistas em Líbia, aonde aparecem 6 militares ocidentais ao lado dos rebeldes de Bengasi.
Os soldados das potências ocidentais da OTAN em Líbia, filmados pela Al Jazira, são chamados “allied boots” - “botas aleadas”, e muito provavelmente são ingleses ou franceses, segundo o jornalista da televisão do Qatar. As imagens foram filmadas em Dafniya, a ovest de Misurata, na linha da frente aonde os rebeldes combatem contra as forças governamentais de Muammar Gheddafi.
A presença de tropas estrangeiras em Líbia viola abertamente a resolução 1973 com a qual o Conselho das Nações Unidas autorizou um grupo de países voluntários a intervirem em Líbia em vista da defesa dos civis. A missão se baseava estreitamente na criação de uma “no fly zone”, e excluía qualquer presença militar estrangeira em território líbio.
Entretanto os bombardeamentos da OTAN continuam a matar os civis que deveriam salvar. Hoje onze pessoas morreram em um raid aéreo da OTAN contra objectivos «civis e militares» em Zliten, na região de Wadi Kaam, a cerca 150km a est de Tripoli.
Uma guerra suja não podia prosseguir de outra maneira. Aproveito a oportunidade para sublinhar um dado de facto: não existe nenhum país de direito cujo o sistema democrático foi construiu através de uma agressão militar de potências estrangeiras. Esta guerra não vai levar a democracia em Líbia, assim como as guerras análogas não a levaram em todos os países. O que dizer então das guerras em Iraque e no Afganistam? Nos dois países se continua a morrer e creio que os benefícios da exportação da democracia ainda não se vêm ali aonde guerra custou mais de 3trilhões de dólares. Infelizmente ainda existem homens e mulheres que crêem na guerra como única via para a instauração de uma democracia. A estes eu digo: esperem sentados, porque as guerras produzem destruição e não democracia.
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