Angola tem assegurado os pressupostos para um desenvolvimento bem sucedido, consubstanciados na estabilidade macroeconómica, disse recentemente em Luanda o ministro da Economia, Abraão Gourgel.
Para o ministro, que falava na abertura do Fórum de Negócios Rússia-Angola, a estabilidade macroeconómica e financeira foi obtida com a disciplina orçamental e o aumento das receitas públicas, facto que permite ao governo executar o Orçamento Geral do Estado com saldos globais positivos e total controlo da trajectória da dívida pública, agora inferior a 30% do PIB.
Afirmou que a disciplina fiscal, associada a uma política monetária de estabilidade, permitiu também, através do controlo da procura global, reduzir a inflação anual de forma consistente, desde 2002 (quando ainda era superior a 100%), para menos de 10% em 2012, sem sacrifício do crescimento, visto que sempre ficou salvaguardada a liquidez necessária as transacções na economia real.
Segundo Abraão Gourgel, com a superação das dificuldades decorrentes da crise mundial de 2008, foi possível voltar a assegurar a estabilidade cambial, sendo que a taxa de câmbio da moeda nacional em relação ao dólar tem-se mantido abaixo de 100 kwanzas desde 2010, antes dos efeitos da crise.
Disse que com a eclosão da crise financeira em 2008 e suas consequências para o comércio e as finanças internacionais, o crescimento abrandou para níveis próximos de 3%, entre 2009-2011, mas aumentou para 6,8% em 2012.
“Este ano gostaríamos de crescer a níveis superiores aos do ano transacto, dependendo do desempenho do sector petrolífero, visto que o sector não-petrolífero deverá apresentar um crescimento superior a 9 %”, frisou.
O ministro disse ainda ter sido possível recuperar o nível das reservas internacionais líquidas, que subiram 12 mil milhões de dólares ao final de 2009, no auge da crise mundial, para mais de 35 mil milhões de dólares, actualmente, montante que representa mais de 8 meses de importações e cerca de 30% do PIB.
De acordo com o ministro, os resultados da gestão bem sucedida da macroeconomia angolana, nomeadamente na superação dos impactos da crise mundial, foram publicamente reconhecidos pelas organizações internacionais, especialmente o FMI, após o cumprimento integral do acordo de “stand-by”, iniciado em Novembro de 2009 e encerrado em Março de 2012.
“Este reconhecimento também foi feito pelo Banco Mundial e pelas três principais agências de notação de risco, que atribuíram a Angola a notação de B”, disse.
Destacou o maior dinamismo do sector da agricultura, indústria, cujas taxas de crescimento em 2011 foram de 11,4%, 4%, e 12,3% respectivamente, “resultados que são fruto da estratégia de diversificação da estrutura produtiva no sentido da libertação da dependência ao sector petrolífero.
Por último, o ministro salientou que entre 2002, final da guerra civil, e 2008 a média de crescimento do PIB de Angola foi de 17% ao ano.
| Fonte: macauhub