Friday, October 7, 2011

Entrevista com Isaías Samakuva lidear da UNITA na Mesa de Fogo Virtual, por Vanessa Mayomona

Holanda/Angola - O Líder da UNITA, Isaías Samakuva, participou durante o final de semana no espaço "Mesa de Fogo Virtual". A moderadora desta inovação foi Vanessa Mayomona, que fazendo uso das ferramentas no FACEBOOK, o convidado foi colocado questões em directo dos internautas e sem filtração/censura política e que repassámos na íntegra:

Isaías Samakuva (I.S): Caros compatriotas, Estou no ar. Mas como era de esperar na nossa terra, agora mesmo quando ia a começar, foi-se a energia. Boa noite a todos.

Vanessa Mayomona (V.M): (Risos) Espero que a EDEL seja benevolente e restableça a Energia o mais depressa possível. Mas estamos no ar Doutor Samakuva. Antes de iniciarmos com a entrevista da noite, posso saber o que acha desta iniciativa?

I.S: Trata-se de uma iniciativa muito positiva. Quero felicitar a Vanessa por isso e encorajá-la a continuar a proporiconar aos angolanos a possibilidade de todos participarmos no debate sobre questões do nosso País.
V.M: Muito bem Dr. Samakuva. A entrevista da noite será dividida em três temas e vamos começar já com o Primeiro Tema.

*Tema I: Isaías Samakuva, a UNITA e Jonas Savimbi

1. Dr. Samakuva estamos agora a iniciar com a nossa entrevista e nesta primeira secção gostariamos de conhecer um pouco mais sobre a pessoa do Dr. Isaías Samakuva, a sua trajectoria politica... e a sua relação com Jonas Savimbi. E para começar coloco a seguínte questão: quem é na realidade o Dr. Isaías Samakuva, pode descrever-se em poucas palavras de modos a sabermos um pouco mais sobre a sua personalidade, se faz favor?
I.S: Primeiro devo dizer que o meu nome completo é Isaias Henrique Gola Samakuva. Nasci no Kunje, Bié, e sou casado com a senhora Albertina In~es Satuala Samakuva. Temos 5 filhos e um neto. Estudei na Missão da Chissaba, na cidade de Silva Porto, hoje Kuito e também no Huambo. Fiz serviço militar português e entrei na UNITA em 1974/75 no Bié.
Na UNITA tive várias promoções até ao posto de brigadeiro mas depois trabalhei na diplomacia da UNITA na Europa. Em 1992 chefiei a Delegação na Comissão Conjunta que se ocupada da aplicação dos Acordos de Paz. Em 2003, fui eleito Presidente da UNITA.

V.M: 2. *Podemos saber se pratica ou se já praticou desporto, se sabe cozinhar, qual o seu prato favorito, quantas linguas fala, o que mais gosta de fazer nos tempos livres e qual o seu programa, ou seus programas favorito(s) na TPA?*
I.S: Joguei football até aos 18 anos mas tive de deixar porque perdi o menisco do joelho esquerdo. Operei e com os meios que havia nunca mais joguei football a sério. Agora, faço natação sempre que posso. Também gosto de ocupar o meu tempo de várias formas. Muitas vezes, sobretudo aos domingos, cozinho para a minha esposa. Gosto de comer o meu funge, mas também sou muito
amigo de saladas, legumes, fruta, queijo e suchi.
Falo Umundu (é a minha primeira língua), português, francês e Inglês.Vejo muito pouco a TPA.

V.M:[Que programas mais vê na TPA Dr. Samakuva? E porque vê muito pouco]?- Curiosidade :-D
I.S: Primeiro, por causa da incompatibilidade de horário, mas porque o que vemos na TPA é mais propaganda do Regime.

V.M: 3. Quando, onde e em que circunstancias aderiu á UNITA?
I.S: Aderi à UNITA na cidade do Bié. Eu segui de perto a trajectória da luta de libertação nacional e conheci a UNITA quando ainda estava na guerrilha. Era o ano de 1970. Tinha amigos e parentes que já estavam com a UNITA na guerrilha e isso ajudou-me a conhecê-la. Era o momento de revolução. Enquanto isso, escutava todos os dias o programa do MPLA, Angola Combatente, a partir de Brazaville e Tanzania. De igual modo escutava o program da FNLA, todos os sábados, a partir da então Leopoldville.
Depois dos Movimentos de libertação estarem todos já nas cidades, em 1974, preferi a UNITA, porque achei que ela tinha políticas mais consentâneas com as minhas convicções.

V.M:a).Podemos saber o quê que viu na UNITA que não viu no MPLA ou na FNLA por exemplo?
I.S: Quando entrei em contacto com a realidade prática de cada um dos movimentos de libertação, procurei conhecer melhor a história de cada deles, embora já tivesse lido muito deles todos. Compreendi, então que a UNITA esteve mais próxima do Povo do que os dois movimentos . De facto, achei que a luta em prol dos objectivos do povo angolano só triunfaria se fosse feita dentro de Angola, a partir de Angola e junto do povo. A luta dos outros era feita a partir do exterior e longe do povo.
Estavam por isso mais vulneráveis às pressões inerentes aos interesses externos. Por outro lado, só a UNITA pugnava por uma genuina unidade entre todos os Angolanos.

V.M: 4. Mencionou que já foi militar. Podemos saber que cargos ou funções já desempenhou na UNITA?
I.S: Director do Gabinete do Comandante da Região Militar 45 (Huambo); dirigi o departamento de Logística da Frente Sul; Servi como oficial de ligação da UNITA com África do Sul ; Fui director da Logística da UNITA a nivel Nacional; Coordenador das Operações Aéreas de Abastecimento militar; Director do Gabinete do Presidente e Alto Comandante das FALA; Representante da UNITA no Reino UNIDo. Membro da delegação da UNITA às negociações de Paz; Chefe da Delegão da UNITA na Comissão Conjunta que implementou os Acordos de Paz e Coordenador da Missão Externa ou seja, Coordenador da estrutura da UNITA no exterior do País.

V.M: 5. Qual foi até hoje para si o momento mais alto e o momento mais baixo da sua carreira politica?
I.S: O momento mais alto foi quando assisti à assinatura dos Acordos de Paz para Angola em 1992. O momento mais baixo foi quando vi o tratamento dado ao corpo do Dr. Savimbi, em Fevereiro de 2002.

V.M: 6. Aonde estava em 11 de Novembro de 1975 e qual foi a sua primeira reação ou o seu primeiro pensamento, após ouvir a proclamação da Independencia Nacional na voz do Dr. Antonio Agostinho Neto no então Largo do Primeiro de Maio em Luanda?
I.S: No dia 11 de Novembro ode 1975 estive no Bié e não ouvi a proclamação feita pelo Dr. Agostinho Neto. Como deve saber, a proclamação da Independência do nosso país não foi feita num só lugar e não teve por isso o mesmo significado para todos os angolanos. Por exemplo só dias depois pude ouvir, pela rádio, a declaração do Dr. Agostinho Neto. A proclamação feita contra o que previa os Acordos de Alvor. Devia haver primeiro eleições para uma Assembleia Constituinte. Não houve. Por isso a independência não trouxe a democracia nem a paz.

a)A UNITA também proclamou a sua independencia no Huambo. Em que circunstancias se deu isso, porquê que não resultou e em que circunstancias a UNITA levou tanta gente para a mata?
I.S: A situação era de guerra e cada movimento proclamou a independência lá onde se encontrava. O clima era de exclusão recíproca e generalisada e de extrema violência. Os angolanos que se reviam na UNITA seguiram os dirigentes da UNITA. Se ficassem nas cidades, seriam mortos. Eu mesmo, no chamado "recuo", encontrava-me no Huambo e senti a minha vida ameaçada, pelo que tive que procurar protecção que encontrei na área controlada pela UNITA. Portanto, isto aconteceu com tantos outros, inclusive aqueles que, de princípio gostariam de ficar nas cidades. Os dirigentes da UNITA, por sua vez, tiveram de organizar a resistência para salvar e proteger as centenas de milhares de angolanos ameaçados de morte. Portanto a saida da UNITA das cidades para o interior foi primeiramente uma medida de sobrevivência, aguardando pelos dias em que poderiam gozar também a independência.

V.M: 7. Como, onde e em que circunstancias conheceu Jonas Savimbi?
I.S: Vi, Jonas Savimbi, pela primeira vez, quando chegou ao Huambo, vindo das chamadas Terras Livres de Angola, em Fevereiro de 1975, num grande comício.Conversamos pela primeira vez em Março do mesmo ano, no Bié, numa reunião.

V.M: ‎8.Qual foi a primeira impressão que teve de Jonas Savimbi, e o que lhe motivou a ser seu "seguidor"?
I.S: Era um homem impressionante. No Comício do Huambo, onde o vi pela primeira vez, falou com uma eloquência inspiradora. Eu era jovem. Tinha apenas 29 anos e a Angola que a sua msg me transmitiu naquele dia, era a mesma dos meus sonhos. Verifiquei que, afinal a causa de Savimbi era a minha causa. Atraiu-me também a sua determinação de sacrificar a sua vida, a sua carreira pelo Povo sofredor. Para além disso, a msg dele era de Paz.

V.M: 9. Aonde se encontrava o Dr. Samakuva em fevereiro de 2002 e como reagiu a noticia da morte de Jonas Savimbi?
I.S: Estava em Paris. A notícia encontrou-me num momento em que tinha recebido a visita dos filhos do Dr. Savimbi. Imagine, Vanessa, o choque. Eles não sabiam o que se estava a passar e tive que lhes dizer ali mesmo mas ficamos até ao dia seguinte, quando as primeiras imagens apareceram na televisão. Isto levou quase 24 horas a acontecer.

V.M: Tema II: A UNITA no Passado e no Presente
Dr. Samakuva estamos agora no Tema II e começo por perguntar-lhe o seguínte:
1.Que objectivos nortearam a criação da UNITA? Estes objectivos se mantêm, desapareceram ou sofreram alterações profundas tendo em conta a dinâmica do tempo?
I.S: Primeiro a conquistga da independência de Angola. Isto podia ser conseguido através da FNLA onde ele já se encontrava ou do MPLA que também já exisitia. Ora, estes dois movimentos estavam bvaseados no exterior do País e longe da realidade angolana. Ele acreditava que, para ser bem sucedida, a luta para libertar o Povo, tinha de ser conduzida do interior do País e junto do Povo.Porém o Dr. Savimbi chegou à conclusão de que...Rectifico a última frase: ...e junto do Povo. Os objectivos que nortearam a criação incluem, a liberdade, a demoicracia assegurada pelo voto do Povo através de vários partidos políticos, a soberania a expressa e impregnada na vontade do Povo, a igualdade de todos os angolanos e...a convicção de que na busca de soluções económicas, a prioridade deverá ser para o campo no sentido de beneficiar a cidade.
Em suma estes objectivos em prol da dignidade dos angolanos mantêm-se válidos porque são, naturalmente, de longo alcance. O único que se materializou, no plano político formal, é o alcance da independência política.

V.M:  2. Porquê que a UNITA tem sido acusada de ser uma criação dos portugueses para combater a FNLA e o MPLA?
I.S: Tem sido acusada por quem?

V.M: ‎(Risos)...bem...esta pergunta é complicada responder, mas tenho lido sobre isso. De facto, tem um video no youtube, não tenho agora o link mas fala sobre "operaçao madeira", que fala sobre uma suposta aliança da UNITA com o regime colonial português...rsrs.
I.S: Muito bem. Assim já compreeindi a sua pergunta. Há poucos anos a UNITA estava no Bailundo e Andulol, comprava combustível e mantimentos aos generais do MPLA. Isto em 1997, 98 e, pelo menos até 99. Significará isto que a UNITA estava aliada ao MPLA? (cont.)
O que se passou, na realidade, é que os madereiros precisavam de madeira que se encontrava nas áreas controladas pela UNITA e esta precisava de sal, medicamentos e outros produtos qaue os madeireiros podiam fornecer. Foi a mesma coisa coms os generais que vendiam combustível. Estes queriam dinheiro e a UNITA queria combustível. São apenas trocas comerciais e não alianças políticas.

V.M:  3. Se as eleições tivessem ocorrido em 1975, qual dos três partidos tería ganho, na sua opinião, e porquê?
I.S: É difícil dizer-se, porque não houve uma pesquisa de opinião. Porém a então OUA (hoje União Africana), mandou uma missão a Angola, na tentativa de evitar a guerra que então já se desenhava. Viajou pelo País por vários dias e constatou o apoio´do Povo aos 3 Movimentos de Libertaçâo. No relatório desta Missão da OUA, consta que dos três movimentos, a UNITA é que tinha mais adeptos, talvez porque, naquela altura, o Centro do País concentrava uma maior percentagem da população.

V.M:  4. Como explica a aliança da UNITA com o então regime racista do "Apartheid" da África Sul?
I.S: O Dr Savimbi sempre disse que se estiver a afundar-se num rio ou numa lagoa e tiver uma mão a querer tirar-te da água, não vais ver se esta mão salvadora é branca ou negra. Primeiro sais da água e do perigo e só depois verás a côr da mão que te veio ajudar. Lutar a partir do interior exigia abrir rotas de abastecimento a partir de países vizinhos. A ideologia pode ser escolhida, mas os vizinhos não se escolhem. Os nossos vizinhos políticos eram a África do Sul (que administrava a Namíbia – ainda não independente-), a Zâmbia e o Zaire.
Nós próprios combatíamos o aphartheid político, económico e cultural em Angola e não aceitávamos o aprtheid racial, em nenhuma parte do mundo. Dissemos isso aos sul-africanos. O primeiro líder africano a pedir aos sul-africanos a libertação de Nelson Mandela, foi o Dr. Savimbi.
Mandela sabe disso e mencionou isso ao Dr. Savimbi nas várias ocasiões em que estiveram juntos. A aliança política entre a UNITA e a África do Sul, não foi uma aliança de princípios filosóficos nem políticos. Foi uma aliança táctica e circunstancial para um objectivo específico que servia os interesses estratégicos dos angolanos. E a história provou que não estávamos errados.
Os princípios e valores que nos levaram a fazer esta aliança, foram a instauração de um regime democrático em Angola, no lugar de um regime comunista. A instauração de uma economia de mercado, no lugar de uma economia centralizada e fechada. A instauração de uma sociedade aberta e plural, com oportunidades iguais para todos, no lugar de uma sociedade fechada dirigida por um só partido, com oportunidades só para alguns.

V.M:   ‎5. Como eram as relações entre a UNITA e Jonas Savimbi com o ANC e Nelsom Mandela, e como estão estas relações actualmente?
I.S: Alguns dirigentes da UNITA e do ANC, foram amigos e contemporâneos. Encontravam-se e conviviam no exílio enquanto membros do movimento africano de libertação. As vicissitudes da luta em Angola, colocaram, em certa altura, os combatentes do ANC em campo diferente dos combatentes da UNITA, pois o ANC estava refugiado em Angola com a protecção do MPLA enquanto a UNITA combatia o MPLA com o apoio da África do Sul. Nessa luta, a UNITA procurava sempre não sacrificar os combatentes do ANC e, quando uma vez a UNITA capturou combatentes do ANC, próximo de Cacuso, Malange, não aceitou entregá-los aos sul africanos, apesar das fortes pressões desses e do facto de serem aliados. A UNITA preferiu mandá-los de volta aos campos do ANC na Zâmbia. Este é um facto histórico, testemunhado pela Cruz Vermelha Internacional. (cont)

V.M:  6. Como considera a UNITA hoje sob sua liderança?
IS: A UNITA está num período de transição de uma organização predominantemente militar para um partido político moderno, nas circunstâncias de Angola.

V.M: ‎7. Como se explica a derrota estrondosa da UNITA nas eleições de 2008, e porque razão não renunciou o cargo como algumas vozes criticas á sua liderança exigiam?
I.S: Já dissemos em várias ocasiões que as eleições de 2008 foram uma fraude.Fizemos uma auditoria ao processo eleitoral e os seus resultados foram publicados num livro em 2009.(Cont) Vou colocar aqui, no final uma cópia do relatório da auditoria. Só para ter uma ideia,foram escrutinadas 12.200 actas
fantamas, o que representa, em termos de votos, mais de 3 milhões de votos fantamas.
Já seguiu a resposta. Repito, Eu coloquei o meu lugar à disposição uma semana depois das eleições. Recebi em repsota, um voto de confiança para continuar.

V.M: ‎8. Como estão as suas relações com figuras da UNITA como Abel Chivukuvuku, Lukamba Gato e Jose Samuel Chiuwale?
I.S: As minhas relações pessoais com todos os que mencionou e com todos os militantes da UNITA são boas. Há três dias, estive reunido com Lukamba Gato. Hoje mesmo falamos ao telefone, pois ele vai viajar e quis despedir-se de mim. Falei também com o Mais Velho Chiwale há dias.

V.M:  9. Existe "crise" na UNITA ou não? O congresso já está marcado para 13 a 16 de Dezembro. Já existem outros Candidatos para além do Dr. Samakuva?
I.S: Vanessa, creio que por alguma razão escreveu crise entre aspas. Na realidade, na mente de algumas pessoas existge "crise" na UNITA. O curioso muitas dessas pessoas não sã da UNITA. Para mim e para muitos outros da UNITA, a crise está na Imprensa. Não está na UNITA. Nós sabemos o que queremos e para onde vamos.
O Congresso já foi convocado mas o tempo de apresentar as candidaturas ainda não chegou. Certamente que dirá queeu já anunciei a minha candidatura. Porém ainda não é oficial.

V.M: *a)Tem ou não receio de concorrer com Gato e Chivukuvuku?
I.S: Será para mim um prazer concorrer com os companheiros que mencionou, assim como foi das outras vezes.

V.M:  10. Como é que o Dr. Samakuva respondería aqueles que lhe acusam de ser "Ditador" pelo modo como geríu a situação gerada com o chamado "Grupo de reflexão" bem como por candidatar-se a um terceiro mandato?
I.S: É curioso tudo isso. Alguns dizem que eu sou muito lento, porque perco tempo na busca de consensos, Outros dizem que sou ditador. Bom, é bom saber que o estatuto do Partido não me impede de me candidatar para um terceiro mandato. (Cont)Ademais, a minha candidatura, desta vez,aliás como foi das vezes anteriores, resulta do pedido de militantes do Partido. Eu compreendo que haja pessoas que não estejam satisfeitas com a minha presença à frente da UNITA, mas para se estar à frente da UNITA é preciso passar por eleições. Portanto, a presidência da UNITA ganha-se através de um processo democrático e não por auto-imposição.
O meu caso não é único. Lula da Silva do Partido Trabalhista esteve à frente do seu partido 14 anos antes de ganhar uma eleição no Estado. Se ficasse com o seu mandato partidário limitado a dois, não teria sido o melhor presidente do Brasil, aquele que conseguiu em dez anos, retirar 20 milhões de brasileiros da pobreza extrema (contin)Também Mariano Rajoy do Partido Popular espanhol foi ieleito do seu partido, depois de sofrer duas derrotas eleitorais. As lideranças são oescolhidas pelos seus membros não por interesses de estranhos ao seu partido. Não precisamos de confundir cidadania com associativismo no que diz respeito à limitaçãol dos mandatos.

V.M: Vamos agora entrar para o TEMA III que é o último desta noite, com mais 8 perguntas. Quero também dizer ao DR. Samakuva que tenho no MSN revu_cibernetica09@live.nl 1.725 pessoas que me adicionaram por causa desta entrevista ( e continuoar...eceber varios pedidos no MSN de )pessoas com vontade de lhe colocar perguntas, e mais de 1000 conectados no CHAT-Facebook e cerca de 22 perguntas enviadas por varias pessoas que não poderão estar presentes nem hoje nem amanhã para seguir esta entrevista. Amanhã (Sabado) será o dia dedicado para a plateia, mas eventualmente hoje, e dependendo da disponibilidade do Dr. Samakuva pelo menos alguns poderiam ser chamados a colocar as suas questões, por isso peço que a Plateia fique atenta. Hoje chamarei (eventualmente e dependendo do tempo e disponibilidade do Dr. Samakuva) apenas alguns dos conectados comigo no MSN!
I.S:  Infelizmente, não gostaria de mudar as regras na última da hora. Porém, o meu interesse é de facto de ter perguntas da plateia também. Assim, e uma vez que já estamos aqui há três horas, vamos permitir que cerca de cinco pessoas da plateia coloquem as suas questões quando a Vanessa entender.

V.M: Tema III (último): A UNITA, o actual momento politico e as eleições de 2012. Dr. Samakuva estamos no último Tema da noite e avanço já com a seguínte pergunta:
1. Como considera o actual momento politico do país?

I.S: Considero que Angola vive sob um regime autoritário com a máscar de democracia. A economeia não serve os angolanos e o Governo não tem legitimidade demcrática. (cont)Os direitos dos cidadãos são violados, há prisões arbitrárias, como é o caso dos nossos jovens manifestantes, o Estado não
respeita a Constituição como é o caso do processo eleitoral em curso e a corrupção desvia os dinheiros publicos para interesses pessoais dos detentores do poder. (cont)Estamos em vésperas de eleições mas não condições de liberdade e igualdade para a realização de eleições democráticas. (digo mas não hã condições de..)

V.M:  2. Como estão as relações entre a UNITA e o MPLA e entre o Dr. Samakuva e o Presidente José Eduardo dos Santos?
I.S: Boa pergunta. Poderiam ser melhores.Creio que os dois partidos deveriam ter um diálogo mais regular e que, em vez de se fazerem acusações pela imprensa, deviam conversar mais.

V.M: 3. Como estão as relações entre a UNITA e os outros partidos da Oposição?
I.S: As relações entre a UNITA e os outros partidos da Oposição, estão melhores. No entanto convém não esquecer que a Opsição também é plural.

V.M: 5. Luaty Beirão coloca-lhe a seguínte questão: " Numa realidade em que durante 36 anos o MPLA conseguiu enraizar-se de tal modo nas estruturas de Estado, praticamente confundindo-se com este e, é, na mente dos angolanos, o titular legítimo e histórico do poder politico, o Dr. Samakuva equacionaría a hipótese de coligação com outros partidos da oposição, conforme uma proposta recente de alguns partidos de expressão mais modesta? Em que moldes, dentro das exigências da UNITA como maior partido da oposição essa opção seria viável"?
I.S:  Caro Luaty o meu boa noite para si e grato por estar aqui connosco. Primeiro permita-me dizer-lhe que o seu pressuposto de que o MPLA é na mente de muitos angolanos o titular legítimo do poder político constitui exactamente a raíz do conflito que opõe o MPLA ao único titular legítimo do poder político. (Cont)Este titular é o Povo angolano na sua pluraridade política e cultural. As alianças entre as diversas que representam este Povo podem assumir várias formas. Por várias vezes a UNITA manifestou a sua disposição de constituir uma larga aliança com as forças democráticas que buscam a mudança (cont)Os detalhe destas alianças devem ser discutidas por forças políticas interessadas.

V.M: 6.Nos últimos tempos tem se registrado muitas manifestações de descontentamento social um pouco por todo o país. Como avalia este fenómeno? Além disso, a UNITA tem sido nos últimos tempos acusada de querer voltar a guerra. Há verdade nestas acusações?
I.S: Este fenómeno resulta do aumento da consciência crítica do Povo imposta pelo sofrimento do mesmo Povo, por um lado e por outro de constante trabalho de conscialização da UNITA, como parte da sua parte da sua luta política em tempo de Paz. O medo vai desaparecendo aos poucos (cont)
Quando a vontade de mudar for superior ao medo da mudança, o Povo vai resgatar a Pátria e exercer o poder nos moldes democráticos. A UNITA conquistou este e esta forma de luta durante muitos anos. Por isso já não precisa voltar a luta armada.
As acusações acima são falaciosas e não fazem sentido. Nimguém acredita mais nelas.

V.M: 7. Acredita que a UNITA, sob sua liderança, pode vencer o MPLA nas eleições de 2012?
I.S: Absolutamente. Não tenho dúvidas nenhumas disso, porque é isso que capto das multidões que me recebem e que a TPA evita passar.

PARTE II COM A PLATEIA:

V.M: Em relação a pergunta colocada nesta sexta- Feira ao Dr. Samakuva sobre as eleições de 2008, o DR. Samakuva tinha prometido que enviava um Relatorio de auditoria destas eleições que indicavam Fraude eleitoral. Recebi o relatorio e vou afixar um linkl de acesso a ele, ainda neste semana para que todos leiam e possam tirar as suas conclusões. Por enquanto vamos nos concentrar na nossa entrevista. Hoje a Plateia estará em desque nesse nosso MESA DE FOGO VIRTUAL, e vamos começar por colocar algumas das questões daqueles que hoje não podem estar aqui presentes. Dr. Samakuva, boa-noite, está pronto para começarmos?
I.S: Boa noite para todos os compatriotas presentes nesta Mesa de Fogo Virtual. Desejo a todos muito boa disposição.

V.M: Muito boa-noite Dr. Samakuva hoje temos a plateia super cheia com cerca de 2000 pessoas conectadas no Msn e muitas outras no CHAT (que ainda não liguei). Vou portanto começar a dar voz a Plateia no MSN, e chamo o Joao José Muacavanda (residente no Canada) a colocar UMA pergunta ao DR. Samakuva.
JOAO JOSE MUACAVANDA: Muito boa noite ilustre Dr. Isaias, gostaria de felicitalo pela a oportunidade de interacao que nos da e tambem ja agora queria mandar os meus comprimentos a tua familia. Sou estudante de administracao publica e governacao, eu gostaria de saber que estilo administrativo o governo da UNITA ira propor a nacao se este partido ganhar as proximas eleicoes, ja que o modelo administrativo atual que temos em Angola estilo centralizado nao esta ajudar para um desenvolvimento mais eficaz e diversificado para o pais, e o porque a partido da UNITA acha que o seu modelo ira foncionar para Angola. Muito obrigado.

I.S: A UNITA privilegia a a descentralização política e administrativa, a nível horizontal e vertical. Defendemos também o estilo chamado New Public Service que é aquele que se baseia na satisfação do cidadão, porque ele é a razão de ser da Administração Pública. (cont)
Segundo este modelo, o governante vai ao encontro do governado, criando nas comunidades serviços públicos eficientes para o servir com celeridade e sem custos nas questões essenciais como, registo, emissão de licenças e certidões e provisão de outros serviços básicos. (cont.)
Iremos certamente aproveitar os elementos positivos do modelo burocráticos de gestão, do modelo New Public Management e, acima de tudo, tirar o máximo partido do uso massivo de tecnologias d e informação (IT) na nova administração pública. Eu quererei ver o meu caro Muacavanda no Mussende, por exemplo, a registar o seu filho que nasceu no Canadá, ou a obter no Canada uma certidão de um parente seu residente em Angola. Não é assim, meu ndengue?

JOAO JOSE MUACAVANDA:  Pois eh caro Dr. Isaias, estes sao os verdadeiros objectivos de um orgao administrativos publicos, servir as necessidades do seu cidadao... Obrigado pelo seu tempo.
I.S: Obrigado e passe bem o seu fim de semana.

V.M: Chamo o Correia Cassonde ao MESA DE FOGO ---> ele é residente em Luanda, estudante de Admn. de empresas.
CORREIA SASSONDE: Boa noite Sr. Dr. Samakuva. Obrigado pela sua disponibilidade!
A comissão política da Unita decidiu processar o Estado angolano, junto de Instâncias Jurídicas Internacionais, por questões pendentes decorrentes do incumprimento dos vários acordos de paz entre a Unita e o Mpla(Executivo). Como está este processo?
O que se pode esperar deste processo? Pode mencionar alguns dos acordos em questão?
I.S: O processo está a ser elaborado por advogados que a UNITA contratou para o efeito e creio que estará pronto a entrar nos tribunais competentes dentro de mais alguns dias. (cont)De princípio e contando que se trata de uma queixa de um partido contra um Estado, vamos ter muitas dificuldades a vencer este processo. Mas a UNITA está determinada a fazê-lo, porque acredita na justiça. (cont)
De recordar que os acordos entre o Governo de Angola e a UNITA, foram patrocinados por uma Troika de Observadores que incluia os Estados Unidos da América, a Rússia e Portugal. Estes países têm responsabilidades no que diz aos incumprimentos do Governo de Angola, tanto mais que quando se tratou dos incumprimentos da UNITA todos se uniram para a sancionar. Agora queremos ver o que irão fazer, se privilegiarão as suas relações com o Governo de Angola ou também o cumprimento das regras decorrentes dos acordos. (cont)Outro acordo importante, dizia respeito à devolução pelo Governo do património da UNITA. A desmobilização de ex-soldados e oficiais da UNITA, também não foi feita com lisura. Há ainda milhares deles que não conseguem ainda hoje, ter a sua desmobilização feita pelo que não conseguem ter nenhum tipo de documentos que testifiquem o seu estatuto de ex-militares.

V.M: Chamo José Gama, activista Civico e residente na África do sul.
JOSE GAMA:  Há informações em meios da União Européia indicando a vontade das autoridades em adiar as eleições de 2012 e nos mesmos meios cita o Presidente da Assembléia Nacional como tendo transmitido a diplomatas em Luanda tal vontade. Com base nestes dados queria saber se a UNITA sente no terreno este forcing das autoridades e no seu ver que razoes levariam o PR a adiar as mesmas eleições?

I.S: Boa noite caro Zé Gama. Na realidade, esta informação foi por mim transmitida pela primeira vez a um jornal local. Alguns analistas desta praça acharam que eu tinha "cometido uma irresponsabilidade" ao mencionar este facto. Na realidade, o Governo tudo está a fazer para dar a ideia de que está interessado em realizar eleições no devido tempo. (cont)
Porém, o diplomata que transmitiu esta notícia, disse.me que estado com o Presidente da Assembleia Nacional no dia anterior e que foi ele que lhe deu esta informação. (cont)Percebi até que esta conversa tinha como objectivo preparar já a Comunidade Internacional para não reagir negativamente.
Quais serão as razões que levarão, eventualmente o Governo a adiar as eleições, não sei. Apenas posso especular. Por exemplo: (cont)
Não tem condições políticas para vencer uma eleição transparente e imparcial. Além disso, estamos há menos de um ano da época seca e o órgão que tem a competência constitucional para organizar a eleição, a CNE, parece não ter as coisas tão avançadas como gostaria: não tem comunicações funcionais; não tem a custódia dos principais ficheiros com os dados dos eleitores; não tem um sistema de informação geográfica para garantir a integridade do mapeamento eleitoral; não tem um sistema de informação logística, nem um plano de aquisição da logística eleitoral. Pior ainda, não tem dinheiro, porque segundo percebemos, o Executivo terá cortado ou excluido o orçamento eleitoral proposto pela CNE.

V.M: Chamo o Sr. Jonh Martins, residente em Luanda, Funcionário Público.
JOHN JOHN JR MARTINS: Boa noite Sr. Samakuva, agradeço a sua disponibilidade. A minha pergunta é a seguinte: Não acha que a oposição ao MPLA já é débil o suficiente para a UNITA se dar ao luxo de entrar em crise interna de liderança? Que exemplo de democracia se pode pretender dar internamente e ao país quando se suspende a actividade política de um candidato forte a sua sucessão como o Sr. Abel Chivukuvuku, nas vésperas do Congresso?
I.S: Boa noite caro irmão e senhor John Martins. Também agradeço a sua presença aqui, para trocarmos impressões sobre a vida política e não só, no nosso País. Antes de mais nada, quero lhe assegurar que a dita crise da UNITA só existe na Imprensa como eu já dizia ontem. (cont)
Não tenho dúvidas de que haja quem gostasse de ver a UNITA em crise neste momento. O facto é que o Dr Abel Chivukuvuku não está impedido pela UNITA de se candidatar, porque não foi sancionado pela Comissão Política da UNITA.

Pedro Veloso: Baseando-me na pergunta feita por José Gama, acredito que tudo indica que uma grande fraude eleitora acontecerá, ou até mesmo não haverá eleiçoes no próximo ano. Até que ponto a UNITA está preparada para impedir José Eduardo dos Santos de fazer aquilo que todo o povo nao deseja?
I.S: Boa noite, caro Pedro Veloso. Já há muito não o via. O que´se está a passar consigo? Está tudo bem? (cont).JES está a atentar contra a soberania do Povo Angolano. Caberá ao Povo Angolano, tudo fazer para evitar a concretização da fraude eleitoral (que também acreditamos está a ser preparada) e exercer de facto o poder político. A UNITA vai continuar a unir os angolanos para a mudança em 2012. Contamos, portanto, consigo nesta empreitada.

PEDRO VELOSO: A segunda pergunta...o congresso da UNITA nao se realizou na altura certa, a meu ver por razoes pouco claras. Sente-se o senhor neste momento o presidente legítimo da UNITA? Que paralelos podemos encotrar entre o senhor e o presidente da república no que diz respeito a isso? Obrigado.
I.S: O seu pressuposto está errado, se calhar por falta de informação. O Congresso realiza-se de quatro em quatro anos. O ano de 2011 é o ano do XI Congresso. Esse ano termina em 31 de Dezembro. O Comité Permanente da Comissão Política considerou na sua reunião extraordinária de 2 de Agosto de 2011, legítimo o mandato do Presidente e dos demais órgãos de direcção da UNITA eleitos em 2007. JES nunca foi eleito, enquanto Presidente da República. Sugiro-lhe que consulte os Estatutos da UNITA que se encontram na pagina oficial do partido.

V.M: Chamo a Sara Yeza, funcionaria Publica residente em Luanda, a trabalhar no Cunene.
SARA YEZA: Grata por esta oportunidade Dr Samakuva e a amiga Vanessa claro. Dr Samakuva, na sua opinião porque os partidos da oposição teem tido quase zero de oportunidades em se expor publicamente? Qual seria a solução para este problema que estamos a viver e quais as medidas a Unita (especificamente) está a tomar para que possa reconquistar o seu espaço? Obrigado.
I.S: Boa noite, cara Sara. Vivemos num regime autoritário que controla aos meios de comunicação social e não permite competitividade efectiva, que é um dos fundamentos do estado de direito. A solução para este problema é a mudança efectiva do sistema. A arma secreta para esta mudança é o seu voto, cara Sara. (cont.)Esta ferramenta que estamos a utilizar, por exemplo, o CDs, e acima de tudo a coragem de mudar são em meu entender, as vias específicas para o Povo Angolano operar a mudança. A UNITA vai continuar a dirigir este movimento. Conte connosco e nós
contamos consigo.

V.M: Chamo o jovem Africano Vemba, estudante universitario, residente em Luanda.
AFRICANO VEMBA: gostaria de saber o seguinte: o Dr Samakuva, já almejava ser presidente da UNITA antes da morte de Jonas Savimbi?
I.S: Boa noite, caro Africano. Como vão os seus estudos? Nunca pensei ser Presidente da UNITA antes da morte do nosso Presidente Fundador. Foi preciso muita pressão de mui...tos companheiros para eu me puder imaginar nessa função. Desejo-lhe bons êxitos nos seus estudos.

AFRICANO VEMBA:  *desculpa mas tinha antes outras questões: Dr Samakuva Ontem disse que os angolanos que se reviam na UNITA seguiram os seus dirigentes para fora da cidade porque se ficassem seriam mortos. seriam portos por quem? como começou a exclusão depois da independencia?*
* e tambem ontem citou algumas entidades estrangeiras que permaneceram no poder por muito tempo. Tambem pretende ficar no poder do seu partido ou do pais, caso ganhe as eleições, por mais de 10 anos? em que lugar fica para sí a alternancia de poder?*
ISAIAS SAMAKUVA: Seriam mortos por cubanos e pelas FAPLA. Eles entravam pelas aldeias, queimavam casas e matavam muita gente.
Hoje fala-se apenas do que teria sido feito pela UNITA. Mas temos muito a contar...(cont)
Há pouco menos de dois meses, visitei algumas comunas no Município da Catabola, Bié, e ainda encontrei órfãos de um massacre que aí ocorreu em 1976. Foi pura e simplesmente horrível. Bom são coisas do passado histórico de Angola!...(cont)

Quanto à sua segunda pergunta, devo dizer que não procuro o poder, a todo o custo. Defendo a alternância, a democracia e o respeito pela vontade dos eleitores que são os titulares do Poder. Esta noção é muito importante para o exercício do poder numa democracia representativa.(cont)

Não pedi para ser presidente da UNITA. A minha vontade até, era mesmo de não me candidatar para um novo mandato. Porém, a mesma pressão que foi feita sobre mim em 2003, sinto-a agora de novo, com a agravante de me querem chamar de "cobarde" se não o fizer: De resto, meu caro Africano, isto não é um piquenique. É "bué" de trabalho e muita responsabilidade. Eu bem queria tirar o pé (rsrsr). É tanto um privilégio como um dever.
A preferência de alguns militantes por Samakuva, não impede que outros militantes tenham outras preferências e apoiem outros candidatos. Será presidente da UNITA quem os militantes da UNITA desejarem. É assim a democracia.

V.M: Chamo a Ana Diogo, Residente em Luanda, analista de projecto!
ANA DIOGO: *Boa Noite Dr. Isaias Samakuva, Carissima Vanessa mayomona e a plateia em geral. A minha questão é a seguinte:
1-A nova constituição aprovada, retira ao povo o direito à propriedade originária de sua terra,e a constitui como propriedade originária do Estadoem alturas de eleições caso a UNITA seja eleita, que medidas serão tomadas para se reverter está questão que tem como prioridade para o cidadão angolano, ser proprietário detentor do direito de terra.

I.S: Boa noite prezada Ana. Quando a UNITA receber do Povo o mandato de governar Angola e rever a Constituição, faremos uma emenda constitucional para garantir aos angolanos o direito à titularidade da terra. Sempre defendemos que a terra, tal como a nacionalidade é sagrada.

V.M: Chamo a Dionilde Costa, estudante de engenharia informatica, residente em Luanda.
I.S: Boa noite a todos os presentes.

Obrigada pela oportunidade Dr. Isaias Samakuva e Vanessa Mayomona.
*Dr. Isaias Samakuva, caso o seu partido vença as eleições em 2012 (se as mesmas acontecerem e sem fraude alguma) e consequentemente o Dr. Vencer as eleições à presidente do país: pretende mudar o novo modelo da constituição? Vai deixar que o povo vote directamente no candidato à presidente do país? Continuará a dar satisfações ao povo como faz agora? *

I.S: Boa noite, prezada Dionilde: Se o Povo que é o titular do poder me der esta oportunidade de ser seu representante, farei tudo para que este mesmo povo aceite mudar este modelo de constituição. É minha convicção que o Presidente da República deve ser eleito directamente pelo cidadão e que, portanto, não apanhe "boleia" do partido a que pertence. Ele deve ser eleito por mérito próprio.(cont)A prestação de contas decorre do princípio da democracia representativa. Os representantes devevem prestar contas aos representados. E eu faço-o no Partido e fá-lo-ei no Estado. Disso tenha a certeza.

V.M: Chamo a "Tia" Ermelinda Freitas, residente em Luanda, trabalhadora por conta própia e activista Civica.
ERMELINDA FREITAS: Boa noite Dr Samakuva, o que a Unita já fez ou está pensar fazer, sobre a falta de transparencia nas eleições, a corrupção, o que o regime tem feito contra os Direitos Humanos, presos politicos ..etc.

I.S: Boa noite mana Ermelinda. É um prazer tê-la aqui também. Como vai? Já recuperou das sequelas da priisão injusta a que lhe submeteram? Quanto às suas perguntas vou-lhe dizer o seguinte:
Temos estado a empreender esforços enormes para evitar a fraude. Queremos, pelo menos, que o Governo respeite a Constituição. Como sabe, ela estabeleceu que o processo eleitoral deve ser gerido por órgãos de administração eleitoral independentes. O Governo deverá respeitar esta claúsula. (cont)
Até aqui não temos sinais positivos do MPLA, pelo que aproveito chamar a atenção dos angolanos de que vamos precisar da sua participação massiva na exigência do cumprimento da constituição.(cont).
Relativamente aos direitos humanos e presos políticos, vamos continuar a exigir o respeito pelos direitos constitucionalmente consagrados, nomeadamente a existência de mandado judicial para se prender a pessoa, assistência jurídica, e julgamento justo e célere. (cont).
Quanto à corrupção, para já esperamos que o senhor Presidente da República venha a público responder as acusações mais recentes sobre a posse de uma conta bancária em Luxemburgo com mais de 37 biliões de dólares, uma quantia muito superior aos 20 biliões alegados há meses atrás e sobre os quais o senhor Presidente pediu a quem soubesse que revelasse o nome dos bancos e os números das contas. É que gostaríamos tods de ver o senhor Presidente livre desta acusação que precisa de ser
esclarecida antes que cause mais danos à sua imagem.

V.M: Tem a palavra Claudio Fortuna --->Jornalista Free Lancer residente em Luanda.
CLAUDIO FORTUNA: Gostava de saudar o senhor presidente da UNITA e perguntar se em função da situação periclitante que a UNITA vive hoje pelo menos para o mundo exterior é esta imagem que passa, se não receita que ste cllima possa ajudar a perder a sua tradicional praça eleitoral tal como aconteceu em 2008'' e qual é a actual geografia politica hoje?
I.S: Boa noite, caro Cláudio Fortuna. Lamento dizer que o pressuposto da sua pergunta está errado. Portanto, se internamente a UNITA não está em crise, se o Partido está a crescer todos os dias, em todas as províncias, se os índices de rejeição do regime estão a aumentar e se a consciência política dos eleitores amadureceu ao ponto de perceber que são eles os titulares do Poder e os controladores do voto, não há nada a recear(cont)pelo contrário temos de nos regozijar de que o dia da mudança está mais próximo do que parece. Certamente que há gente que gostaria de ver estas ditas crises serem reais, disso não duvidamos mas o Povo sabe que não há nenhuma crise e nós temo-lo visto e sentido, no norte e sul do País no leste e no oeste.

V.M: Coque Mukuta tem a palavra se faz favor.
COQUE MUKUTA: Olá Kota, diga-nos – que estratégia tem para com a classe estudantil angolana tendo em vista os próximos 4 anos à que se propõe junto da UNITA? E, acha que, mais alguma coisa de especial possa vir a dar aos militantes da UNITA e a população angolana após os 8 anos de gestão que teve na sua organização partidária?
I.S: Olá, caro Coque. Então como vais? Eu vou preferir falar da juventude no seu geral em vez de apenas sobre a juventude que estuda. Se concorda, assim estaremos a ser mais abrangentes. Para nós o homem é o ponto de partida e de chegada de todas as nossas preocupações. Assim, ele tem de ser formado desde à sua infância e, por isso, investiremos massivamente na sua educação, porque a política de desenvolvimento da UNITA preconiza capacitar a juventude para ela operar a mudança. (cont).... Certamente que sim. Acho que a UNITA ainda não teve a oportunidade de dar à população angolana o que ela precisa. É verdade que há quem confunda a acção partidária com a acção governativa. A solução de problemas sociais e gerais depende do Estado e não de partidos.

V.M: Sampaio Liberdade já pode colocar a sua questão!
SAMPAIO LIBERDADE: Boa Noite Sr Isaias Samakuva e obrigado pela disponibilidade. 1 Porque razao optou pela hostilizacao e humilhacao dos seus oponentes a lideranca do partido em detrimento de um exercicio de tolerancia e Unidade na UNITA? Lembro me de ter ouvido pela radio,a dado momento na ultima reuniao da UNITA ,e de vossa voz que alguns dos membros do vosso partido presentes poderiam ficar na sala mais sem direito a palavra..porque fez essa declaracao? ...2..O que lhe faz pensar que vai ganhar as eleicoes e se perder vai se dimitir ou voltara a candidatar se a um 4 mandato ? Vanessa Mayomona obrigado pela oportunidade.

I.S: Boa noite, caro Sampaio. Agradeço a sua pergunta, porque se calhar a minha resposta vai esclarecer a muitos outros concidadãos. Em primeiro é precisso lembrar que houve, há dois meses atrás, situações que mereceram a intervenção do órgão jurisdicional da UNITA.(cont)O Comité Permanente da UNITA, reunido extraordinariamente em 2 de Agosto, considerou gravíssimas as violações aos estatutos, então praticadas. De acordo com os Estatutos, o Conselho Nacional de Jurisdição (CNJ), ouviu os envolvidos e recomendou ao Comité Permanetne que alguns deles fossem expulsos, outros suspensos, outros ainda advertidos. (cont).
É preciso lembrar que o Presidente da UNITA não é um órgão deliberativo. É um órgão executivo. Também não é um órgão jurisdicional. Nos termos dos Estatutos e dos Regulamentos, os órgãos que decidem as penas a aplicar nos casos de violação dos Estatutos são a Comissão Política, o Comité Permanente e o CNJ. (cont.)
Os Estatutos não dão espaço ao Presidente nem para elogiar nem para humilhar ninguém. O que terá ouvido na gravação , foi a apresentação, por mim, para debate da Comissão Política, de uma proposta de suspensão preventiva apresentada pelo CNJ. (cont)
E, porquê? Porque, nos termos dos Estatutos, a Comissão Política actua como juiz e alguns dos visados são membros dela e como tal, não podem ser juizes e arguidos ao mesmo tempo. (cont)
Houve entrada inadvertida, na sala, da imprensa, embora, segundo apuramos, o gravador que captou a referida gravação, já havia sido infiltrado na sala. (cont).
Entretanto, a Comissão Política acabou por adoptar a recomendação do Comité Permanente, ou seja que a instrução dos processos deviam ser concluidos, cito, com rigor técnico e estatutário,... obedecendo prazos". (cont)Portanto, não há ainda sanções, porque os processos não estão ainda concluídos. O que houve, há dois meses, foi uma humilhação pública à UNITA, seus órgãos e um atentado à sua unidade, numa clara violação dos seus estatatutos, perpretada por
alguns membros da sua direcção.

V.M: N'ZUZE Utola tem a palavra.
N'ZUZE UTOLA: Muito boa noite Dr Samakuva, é com certa emocao que participo nesta mesa redonda e gostaria de felicitar a Mwata "Vanessa mayomona por esta GRANDE INTREVISTA. Mwata significa grande pessoa em Kimbundu no Nambuangongo donde vem as minhas origens... e mais uma vez devo felicitar a minha irma Vanessa Mayomona e o Dr Samakuva porque ambos estaõ a fazer uma
linda História...A minha pergunta é de ambito social...
1- A guerra civil entre o MPLA e a UNITA causou muitos danos no país, entre elas o desalojamento de populares, a separacao de familias o que fez com que muitas criancas fossem viver nas ruas, deixando-as vulneraveis a qualquer tipo de riscos. Nos dias de Hoje depois de 9 anos da "suposta PAZ" o fenomino criancas de rua ainda é um facto, principalmente em Luanda. Sendo as criancas o futuro do amanha eu sou de opiniao que está-se a criar um amanha perigoso para Angola. Qual tem sido a posicao da oposicao e principalmente da UNITA sobre este serio e triste fenomino "CRIANCAS DE RUA" uma vez que tal fenomino cresce todos os santos dias. (cont.)...
‎2- Por outro lado Dr Samakuva, que medidas palpaveis a UNITA tem tomado sobre a situacao dos manifestantes presos, e dos varios crimes cometidos as Zungueiras pela policia fiscal? Se for eleito presidente de Angola, obviamente se a UNITA ganhar as proximas eleicoes, qual será o futuro das Zungueiras!... (cont.)...
‎3- Para finalizar, e no que diz respeito a imigracao; Sao muitos os Angolanos que imigraram para o exterior durante a guerra civil, uns lhes foi dados estatutos de refugiados e outros por outros meios conseguiram a residencia. Muitos destes Angolanos no exterior, imigraram com a familia toda e por motivos apenas sabidos por eles, tiveram que trocar seus dados originais (nomes, data de nascimento e etc). O tempo passou a guerra acabou e muitos pretendem regressar pra terra. Mas no entanto nao estao registados como Angolanos com base nos dados que apresentam. No caso do Reino Unido a embaixada tem dificuldades de resolver os casos destes Angolanos. Pelo menos ate agora nao ha sinais de que os problemas destes Angolanos serao resolvido muito breve. A UNITA tem conhecimento desta situacao? Qual será a politica da UNITA, no que diz respeito a este problema caso
ganha as eleicoes. Por outro lado quando é que os Angolanos da Diaspora no Reino Unido, o segundo pais na Europa com mais angolanos residentes e isso se nao for o primeiro, terá a honra de receber a visita de um dirigente da UNITA, ou tal visita so é importante durante as campanhas eleitorais!... OBRIGADO DR Samakuva & Vanessa pela oportunidade...

I.S: Boa noite, caro Nzunze. Em primeiro lugar agradeço a sua participação. Para mim é sempre reconfortante ver angolanos que, se preocupam com problemas sociais do País.O problema das crianças da rua, é apenas uma dimensão do problema geral das crianças angolanas. Ele resulta da desintegração das famílias e das políticas sociais erradas do Governo (cont).
A sua solução enquadra-se na política geral preconizada pela UNITA para o desenvolvimento do País e que assenta em três vectores: (cont.)
1.Estabilidade institucional, garantida por ciclos eleitorais legítimos e incontestáveis, parcerias privilegiadas com a sociedade civil e o sector privado, fiscalização governativa e liberdade económica.
2.Um Estado estratega e dialogante, promotor de políticas sólidas e provedor da infra-estrutura em serviços eficientes, para fomentar as actividades produtivas e a iniciativa privada.
3.Investimentos massivos em capital humano para produzir uma juventude capaz de visionar, absorver e gerir as mudanças, desde a comuna até ao governo central. (Extractos do Programa de Governo da UNITA).(cont)
No que toca às nossas mamãs e irmãs "zungueiras", e também aos nossos irmãos e papás "zungueiros" e "roboteiros" e demais comerciantes ambulantes, o nosso programa multiforme de combate à pobreza nas zonas urbanas, oferece soluções originais que vou fazer questão de disponibilizar aqui neste espaço.(cont)Á situação dos emigrantes angolanos no Reino Unido e noutros países (eu sei que o problema é geral), também resulta das políticas erradas do Governo. Eu visiono um Secretário de Estado das Comunidades emigradas a dialogar com os interessados para juntos recomendarem políticas adequadas a resolução satisfatória e profícua destes problemas (cont).
Precisamos todos de nos unir para acabarmos com esses problemas, pois o que está a acontecer é que o Governo actual facilita mais a vida dos estrangeiros em Angola do que a vida dos seus próprios cidadãos no estrangeiro.

V.M: Aristides Cabeche tem a palavra!
ARISTIDES CABECHE: A minha primeira questao esta ligada ao recente processo de liberalizacao de vistos em relacao a Portugal e Angola. Quero saber o que isso representa em relacao ao processo de integracao da SADC que e a nossa regiao e que representaria maior beneficio economico a Angola, dado ao elevado numero de transacoes nacionais entre Angola e Africa do Sul e outros paises da regiao.O meu segundo ponto e sobre o processo democratico nacional em geral. Qual a posicao da UNITA em relacao a posicao militar do MPLA e do seu presidente no processo politico de Cabinda e das lundas?
I.S: Caro Aristides, esta é uma questão que eu deixaria para o actual Ministro das Relações Exteriores ou até para o titular do Executivo. Trata-se tão simplesmente de opções estratégicas diferentes. O MPLA privilegia a integração de Angola na Europa, ao passo que a UNITA privilegia a integração de Angola na região africana onde ela se insere. E até o nível de desenvolvimento da África do Sul torna as trocas comerciais de Angola mais vantajosas para os angolanos em especial os de mais baixo poder de compra. (cont)Portanto, o seu ponto de vista ajusta-se à política de integração regional para Angola, preconizada pela UNITA.

V.M: Divaldo Martins tem a palavra!
DIVALDO MARTINS: Caro presidente Samakuva, antes de mais gostaria de saudá-lo democraticamente por ter aderido à essa iniciativa da nossa amiga Vanessa. A minha questão é a seguinte: o senhor argumenta que se recandidata por pedido ou pressão, no bom sentido, de militantes do seu partido. Acredito, porém, que o senhor tem noção das avaliações externas que se fazem quanto à sua gestão e qualidades políticas, quer nas redes sociais, também nalgumas chancelarias estrangeiras e até na sociedade civil, que atribuem à Abel Chivukuvuku melhores condições para liderar a UNITA do que o senhor. Acredito também que o senhor sabe que a Unita nunca ganhará as eleições só com o voto dos seus militantes. Ora, tendo em conta que o senhor já tem dois mandatos à frente da UNITA, tendo em conta os resultados eleitorais das últimas eleições, com ou sem fraude, tendo em conta essas avaliações a que me referi, uma das quais divulgada pelo wikileaks numa nota da embaixada americana, o senhor não acha que estaria a ajudar mais a UNITA abandonando a liderança, mostrando que é diferente e não se escuda no argumento frágil de que "os militantes é que me pediram"? Até que ponto é que a sua leitura e humildade para reconhecer as suas fraquezas e limitações também é importante para uma decisão desse tipo, quando se sabe que os riscos políticos da sua recandidatura implicam a perda de um grande trunfo que é a longevidade do mandato do presidente e a acusação de que está agarrado ao poder?

I.S: Ainda para o caro Aristides, devo dizer que sobre Cabinda a UNITA entende que Cabinda representa uma entidade cultural e geográfica independente. A sua identificação como tal não pode ser negada. A imposição de uma nacionalidade às populações de Cabinda, através das armas é uma ilusão. Só um diálogo sincero poderá trazer uma solução que satisfaça ambas as partes,
Cabinda e Angola, na reciprocidade de interesses.
Boa noite caro Divaldo. Antes de mais, expresso a minha satisfação em vê-lo também a participar desta Mesa de Fogo. Espero que não me queime (risos). Também quero felicitar-lhe pelos seus escritos. Permita-me dizer-lhe que o seu artigo de há dois anos, mais ou menos, sobre o medo, foi por mim muito apreciado. (cont)
Na ausência de uma pesquisa objectiva de opinião, ninguém pode afirmar com rigor quem ganhará as eleições. Fizemos uma pesquisa em 2005 que já revelou altos índices de rejeição de JES e colocou-me numa posição de certo modo surpreendente. Como sabe, as chancelarias não votam. As avaliações externas também não têm peso no eleitorado. (cont).
Aceito que haja percepções diferentes na avaliação das qualidades do presidente da UNITA, tanto objectivas como subjectivas.
Registamos os seus conteúdos e as utilizamos também para o nosso aperfeiçoamento. No entanto, acredito que os militantes da UNITA estão convencidos que o seu presidente poderá levar a UNITA e os angolanos à vitória.(cont)
Por outro lado, o novo sistema eleitoral angolano é de certo modo indiferente às pessoas dos líderes. Os eleitores votarão nos partidos. Quanto mais fortes e convicentes forem os partidos, enquanto instituições mais confiança inspirarão aos eleitores. Ainda assim, estou convencido que mesmo que eu rejeitasse ser o cabeça de lista da UNITA, os militantes da UNITA e a sua direcção colectiva não colocariam como cabeça de lista o Dr Abel Chivukuvuku. E porquê? (cont)
Basta ler o que ele disse ao embaixador americano e que a Wikileaks publicou. Pelo que eu sei, isto ofendeu profundamente os militantes da UNITA. (cont).
Acredito que quem se submete à eleição democrática, jamais pode ser considerado como estando agarrado ao poder. Para 2012, o mais importante do nosso ponto de vista não é tanto quem serão os candidatos mas sim em que medida a eleição será democrática, credível, transparente e controlada pelos eleitores. Também não é justo avaliar as opções considerando indiferente o efeito da fraude . Passe bem.

V.M: Chamo á plateia o nosso irmão e amigo Patrick Pinnock, advogado e analista politico residente em França!
CLAUDIO PATRICK PINNOCK: Boa noite Sr. Isaías Henrique Ngola Samakuva...Três perguntas de Géo-politica: A UNITA foi no passado como movimento de Libertação defensora do Pan-Africanismo, hoje como partido politico quais são as relações da UNITA com outros países africanos?
Em segundo lugar gostaria de saber se tendo em conta as dificuldades que encontra a União Africana(UA), na resolução de conflitos como vimos por exemplo na Cote d'Ivoire e na Líbia, que tipo medidas tomaria se estivesse no poder para dinamizar e relançar a diplomacia angolana em particular e a Africana em geral?

Por ultimo, qual é a sua opinião sobre o fenómeno "Primavera Árabe"? E que lições tirar para Angola?
I.S: Caro Cláudio, boa noite e votos de boa disposição. As nossas relações continuam boas com os países africanos que sempre mantiveram relações connosco. Não sei se sabe, presentemente, sou presidente da UPADD (União dos Partidos Africanos para o Desenvolvimento da Democracia) que envolve 26 partidos de 24 países africanos. Portanto, para além de relações de amizade com
alguns governos também mantemos relações com partidos africanos. (cont).
A essência dos conflitos em África, é o défice democrático. A Democracia ensina-se e aprende-se. Seria ingénuo pensarmos que os países africanos saídos há pouco da colonização, da repressão cultural, das instituições tradicionais e do direito consuetudinário de vários séculos, fossem capazes de, exercer a democracia no conceito europeu. Daí a necessidade de respeito rigoroso pelo princípio democrático, isto é, a aceitação incondicional de que o Poder pertence aos Povos e não aos
governantes. (cont.)
A União Africana só será eficaz quando deixar de defender regimes saídos de eleições fraudulentas e quando deixar de ser um club de amigos que se protegem uns aos outros, contra os interesses dos Povos que deviam representar. (cont)A diplomacia africana no geral, só será eficaz quado colocar os interesses dos povos acima dos interesses dos Estados e dos seus chefes.
Foi por isso que surgiu a primavera árabe que não é mais do que uma manifestação suis generis da soberania popular.

V.M: Amigos, a nossa revolução Cibernetica da noite está a Chegar ao fim. Tem a palavra o Pedro Pinto, e fechamos com RUI MULATO!
PEDRO PINTO: Bom dia a todos (afinal já é domingo, ao contrário do previsto, está entrevista está a ser feita em 3 dias), Montesquieu disse-nos e eu concordo que, NEM TUDO QUE É LEI É JUSTO, MAIS TUDO QUE É JUSTO DEVE SER LEI. Quero com isto dizer que não devemos seguir só o que a lei (estatudos) diz, mais também o que é justo.
Segundo o que venho aprendendo, O MAIOR OBJECTIVO DE UM PARTIDO POLÍTICO É CONQUISTAR O PODER, E COM ISTO GOVERNAR, e para se conseguir isto, é fundamental conquistar o voto da maioria dos eleitores (e não apenas dos militantes do seu Partido). Se o Dr. Samakuva reparar, os eleitores para votarem, usam fundamentalmente 3 critérios, o Partido, o Candidato e o Programa, estes 3 elementos funcionam como um sistema, onde todos devem estar interligados, se um deles não for do agrado do eleitor, pode influenciar negativamente o sentido do voto. E pelo que constatamos em 2008, o programa da UNITA até foi bom, mais os outros dois elementos influenciaram muito negativamente para o resultado que vocês tiveram, ajudaram até bastante na fraude
que vocês tanto reclamam (por exemplo, em 1992 também ouve fraude, mais pelo carisma do Dr. Savimbi e pelo apoio que ele tinha, os organizadores da fraude tiveram de equilibrar mais os resultados, já em 2008, pelo pouco carisma e aceitação que o Dr. Samakuva tem, a fraude foi parar aos 82%,).
Quero também recordar ao Dr., e como disse e muito bem o Divaldo Martins, o que faz um Partido ganhar as eleições, não são só os votos dos seus militantes, mais sim, acrescentando os votos dos simpatizantes, aderentes, os militantes de outros partidos, mais que estão insatisfeitos por algum motivo, etc, etc (que por sinal, são a maioria dos eleitores). E pelo que tenho constatado, o Dr. Samakuva não goza da simpatia da maior parte dos eleitores (eleitores no geral, e não apenas os
militantes da UNITA), e penso que isto foi provado em 2008, e vem sendo provado até agora, falo isto não só pelos resultados eleitorais, mais também pelo que tenho visto e sentido do povo.
Diante disto, eu vou fazer as seguintes perguntas ao Dr. Samakuva:
1ª O Dr. Acha que para sustentar a sua candidatura a um terceiro mandato na UNITA deve basear-se apenas no que os estatutos dizem e na confiança ou apoio que tens do Comité Permanente e da Comissão Política, quando a vitória para o objectivo final (que é a conquista do poder do Estado, fazer da UNITA governo) não depende só destes?
2ª Que garantias o Dr. Tem de que se for reeleito na UNITA poderá levar o seu Partido a vencer as eleições de 2012? Quais serão as grandes diferenças entre 2008 e 2012?
Última pergunta, sei que o senhor não é ditador, e sabe que o poder é passageiro, e como qualquer líder, pensa sempre em alguém para um dia o substituir. Então pergunto:
Se por algum motivo o Dr. Não ser o Presidente da UNITA, quem o senhor gostaria de ver no seu lugar? De pelo menos dois nomes, e diz-nos o porquê. E a últimazinha da silva, Quem fora da UNITA e do MPLA o Dr. acredita que está em condições de ser Presidente da República?

I.S: Bom dia caro Pedro que quer ser pedrinho e Pinto que deseja ser Pintinho. Espero que este domingo que já começou seja agradável para todos nós. (cont)
Conocrdo consigo quando diz que os eleitores não filiados nos partidos políticos a maioria da população votante. Afinal, é o Povo que escolhe os seus representantes. Estou convencido que as políticas de governo da UNITA vão de encontro aos anseios e às aspirações do eleitorado e que a maioria dos eleitores já se revê na UNITA e os outros verão os seus problemas resolvidos através das políticas públicas da UNITA no domínio da saúde, da educação, do emprego, da habitaçõ e da solidriedade social. (cont)
É a justeza das políticas da UNITA que deverá atrair os eleitores e não a figura das pessoas. São os militantes da UNITA que escolhem os seus dirigentes e são os cidadãos anglanos que escolhem os seus governantes. A vitória da UNITA será a vitória do Povo.

V.M: E para terminar...Chamo á Plateia o Rui Mulato!
RUI MULATO: Boa noite Dr. Samakuva. Parabenizo-lhe pelo excelente exercicio democratico, algo inédito. Gostaria de saber quando foi a primeira vez que apertou a mão ao Presidente José Eduardo dos Santos e que impressão teve dele?
I.S: Bom dia, caro Rui Mulato. Não vou esquecer-me de si, porque é o último participante desta entrevista e é chará do meu grande companheiro e vice presidente Ernesto Mulato. (cont.)
A primeira vez que apertei a mão do Presidente José Eduardo dos Santos foi, se não me atraiçoa a memória, em Dezembro de 1994, numa cerimónia de apresentação de cumprimentos de fim d'ano.
Foi cordial.

Nota final: Vanessa Mayomona

‎*Caros compatriotas, os cínicos dizem que uma revolução cibernética é utópia.

Os cínicos dizem que trazer aqui políticos de "outras" correntes partidárias é conspirar contra os "legítimos representantes do povo". Os cínicos debocham e des...prezam a nossa revolução cibernética e falam dela com desdém, quando dizemos que "revolucionário cibernético" é um título honroso! Pois hoje fizemos todos uma revolução. Uma revolução cibernética!

Agradeço a todos os que participaram com as suas interessantes questões e peço um milhão de desculpas á todos Online que ainda esperam pela sua vez. O Dr. Samakuva, já mostrou que está disposto a voltar aqui para responder a todos os outros numa proxíma oportunidade.

Quem dera lhe vissemos já amanhã na TPA a abordar questões semelhantes! Agradeço do fundo do meu coração ao Dr. Samakuva pela sua disponibilidade e pela sua amabilidade em ter aceite o "nosso desafio" e ter estado connosco aqui por horas e horas. Dr. Samakuva estou impressionada consigo e aprendi muito. Aprendi sobretudo que só o dialogo ajuda a nos conhecermos uns aos outros e a gerír as nossas diferenças ou desavenças, porque somos filhos da mesma pátria e deviamos aprender a conversar mais para nos conhecermos melhor. Agradeço aqueles que nos batidores me ajudaram para que esta entrevista se tornasse uma possibilidade.

Despeço-me de todos na Plateia, em especial ao nosso amigo, compatriota e líder partidario, Isaías Samakuva. :-)*

Nota Final: Isaías Samakuva

O Último comentário do presidente da Unita Sr. Samakuva, após o meu em que falei dos CÍNICOS, a seguir:

" Caros compatriotas, amigos e revolucionários cibernéticos: Foi também um grande prazer para mim desfrutar estas horas de diálogo convosco. Também aprendi muito e sinceramente gostei tanto do conteúdo como do espírito das vossas perguntas.

Em nome da UNITA e no meu próprio, agradeço a vossa participação. Considero ser esta uma amostra singela de como será a minha presidência; uma presidência aberta e dialogante para a consturção de um futuro melhor para todos. Agradeço e felicito em particular a Vanessa e a sua equipa da qual destaco a Ana, que faciltou esta brilhante iniciativa.

Continuo à vossa disposição. Convido sobretudo os jovens angolanos a conhecerem melhor a história e as políticas da UNITA, porque o futuro de Angola continuará ligado ao futuro da UNITA. Para todos, o meu sincero abraço de irmandade, cordialidade e esperança na mudança em 2012.

Até à próxima".

Via | Facebook/Vanessa Mayomona

Thursday, October 6, 2011

LIBYA WARNING 06/10/2011: YouTube removes VSMRK’s Truth on Libya reporting account

FROM: Controlled YouTube has removed one of the few Truth on Libya showing accounts after it revealed the results of NATO bombings on Sirte hospital.

If you click at VSMRK’s YouTube account address, as from today you’ll get the following screen and message:

This account has been terminated due to repeated or severe violations of our Community Guidelines and/or claims of copyright infringement.

Those “severe violations” exist of videos which were uploaded on October 5 and which showed the results of the heavy NATO bombings on the hospital of Sirte which has been repeatedly hit over the past few days during the indiscriminate bombardments on Libyan leader Gaddafi’s hometown. The videos showed part of the hospital being blackened by explosions and hit by bullets from the NATO-rebel forces as well as the numerous victims of the criminal NATO bombing and shelling, and included the following descriptions:

Red Cross reported that NATO Mercenaries were directly attacking Sirte hospital, Hichem Khadhraoui said that “Several rockets landed within the hospital buildings while we were there. We saw a lot of indiscriminate fire At the same time, NATO is stopping civilians from reaching the hospital by bombing roads, residential areas, causing hundreds of wounded civilians to die in the process. Khadhraoui reported that “other wounded or ill people cannot get to the hospital because of the fighting and NATO air strikes”.

and (quoting Libya’s spokesman Moussa Ibrahim who visited Sirte on September 26):

The hospital already had stopped working altogether because there is little water, the hospital lacks food and any sort of electricity, it lacks medicine and lots of medical equipment has stopped working. Above that the sewage system of Sirte stopped working so many streets are flooded at the moment, which is of course a ripe environment for diseases, referring to the World Socialist Web Site article The slaughter in Sirte.

One of the last videos VSMRK uploaded included an undated report by a rebel who has been caught by the Libyan army and who told of abductions and killings of Libyan civilians by NATO. Another video mentioned PressTV has become more and more a NATO tool.

During the passed few months the account of VSMRK has shown lots of demonstrations by the five million Libyans who have been protesting against the NATO aggression on Libya which has killed thousands of Libyan men, women and children. Those demonstrations as well as the results and victims of the NATO “humanitarian” bombing of Libya are not showed by the mainstream media and therefore must have been a reason for censorship by Zionist controlled YouTube.

NATO already has tried to cut off any kind of communication in an attempt to hide their criminal actions in Libya by bombing TV stations and phone lines. On the occasion of the anniversary of the Al-Fateh Revolution on September 1, Libyan leader Muammar Gaddafi said about that:

They [NATO] cut off all communications because they can’t breathe. They fear my voice, to only hear me is already dangerous to the colonizers. Those colonizers and agents fear us communicating and being in touch with each other, which proves that the enemy is weak. If they weren’t weak they wouldn’t have bombed our TV and they would have allowed us to communicate with each other.

From: Eccleza.

Libya/War4Oil: Anti-Gaddafi Fighters Loot, Burn Homes In Sirte

ABU HADI, Libya -- After capturing this hamlet, a center for Moammar Gadhafi's tribe, revolutionary fighters have gone on a vengeance spree, looting and burning homes and making off with gold, furniture and even automobiles.

Anti-Gaddafi Fighters Loot, Burn Homes In Sirte Anti-Gaddafi Fighters Loot, Burn Homes In Sirte

Other fighters are trying to persuade them to stop and have sought to protect the tribesmen of the ousted leader. As a result, the rampage in Abu Hadi, a suburb of Gadhafi's home city of Sirte, has underscored a geographical split among the forces loyal to Libya's new interim government.

Most of those looting homes are unorganized, volunteer bands of gunmen from the city of Misrata, to the west, which was brutalized in a bloody siege by Gadhafi's forces during the nearly 7-month uprising against his rule. Trying to rein them in are revolutionaries from eastern Libya, which shook off Gadhafi's rule early and have since had time to organize their forces.

"The Misrata fighters came into the revolution with a sense of bitterness and anger," Breiga al-Maghrabi, an eastern fighter, said Wednesday. "They want revenge for what happened to them in Misrata."

"Look – it's Ali Baba," he told an Associated Press reporter as he cruised streets of Abu Hadi in his pickup truck. He pointed at a residential street where a number of revolutionaries walked out of a home with belongings in their arms. The looters loaded a white Chrysler on the back of a truck and drove away with it.

The capture of Abu Hadi earlier this week was a key step in the revolutionaries' weeks-long siege of Sirte, the most important of the pro-Gadhafi cities that are still holding out against Libya's new rulers. Abu Hadi lies to the south of Sirte, and with revolutionary fighters already on the eastern and western sides of the city – and the Mediterranean Sea lying on its northern side – that means Gadhafi loyalists inside Sirte are now trapped.

The loyalists in the city center have been putting up a powerful defense for three weeks now, and on Wednesday the two sides traded artillery, tank and mortar shelling. Still, a spokesman for the revolutionaries' Defense Ministry, Col. Ahmed Bani, vowed on Wednesday that its forces "will be able to completely dominate Sirte in the next few days."

Deputy Defense Minister Fawzy Abu Kataf said it would take two days of heavy shelling to uproot the remaining pro-Gadhafi fighters in the city. But he said revolutionary fighters were holding off on an all-out assault to allow residents to leave.

Abu Hadi, a center of the ousted leader's Gadhadhfa tribe 10 miles (16 kilometers) from downtown Sirte, was a ghost town. Streets were littered with bullet casings, and black smoke billowed from four homes that had been set ablaze by fighters. Many of the homes laid out in rows in the residential complexes had been broken into, with wooden doors busted, stoves and refrigerators overturned, baby clothes and homework strewn all over the floors.

Fathi al-Shobash, an eastern revolutionary, said that when he tried to stop Misrata fighters from raiding homes, they would push him away and say this was their time to treat the Gadhadhfas the way they were treated by their leader. Gadhafi drew heavily on the Gadhadhfa and other loyalist tribes for his military and other key parts of his regime.

"I came to sincerely fight for freedom and my one goal is to rid Libya of Moammar Gadhafi," said al-Shobash. "Why take it out on innocent people from his tribe?"

The tensions between east and west have begun to percolate on a national level as the interim government – set up by easterners – tries to solidify its authority after the fall of Tripoli and Gadhafi's ouster in late August. Already, some in the west have rankled at what they see as attempts by easterners to dominate.

Eastern Libya was the first to rise up in February and set up a quasi-state with a de facto capital in Benghazi, the country's second largest city. That gave them more time to organize their forces, creating a command structure and a degree of discipline in the ranks.

In contrast, western cities faced heavier crackdowns by Gadhafi's forces that kept them divided. Misrata was battered by a siege that was repelled after weeks of bloody street fighting. Western cities have formed brigades of volunteer fighters that have been criticized for being disorganized and acting like armed gangs.

"We ask them, 'Who is your commander,' and they say 'We don't have one,'" al-Maghrabi said of the western revolutionaries at Abu Hadi. "Many are just armed and running around taking out their anger on the homes here."

The tensions erupted at a checkpoint at an Abu Hadi roundabout held by Benghazi fighters. Scuffles broke out when a Misrata fighter refused to take orders from the Benghazi revolutionary.

"You divided the country, admit it – you divided it," the Misrata man shouted at the Benghazi fighter as other revolutionaries tried to pull them apart.

One Misrata revolutionary, Abdullah Faisal, denied men from his city were behind the looting, insisting eastern fighters had let a "fifth column" slip in.

Col. Bashir Abu Thafeera, who commands a brigade of eastern fighters at Abu Hadi, said the Misratans' thirst for vengeance was understandable, given the brutality of the Gadhafi siege of their city.

"They suffered a lot at the beginning of this revolution, and this is also the reaction of 42 years of oppression under Gadhafi," Abu Thafeera told the AP. He said many of the homes that were burned were believed to belong to Gadhafi loyalists who participated in the Misrata siege.

Still, he warned that the same looting could erupt in Sirte itself when it falls. He said eastern fighters would try to move into Sirte more quickly to take control to prevent looting and vengeance attacks.

Most of Abu Hadi's residents fled last week during the fighting before its capture. Families packed up what they could and set up a tent camp several miles away. Abu Thafeera said his troops were trying to ensure their safety so they could return.

One resident, Saada Gheit, came to look in on her home and found it looted. "They took my gold, raided my closets. I don't know why they are taking out their anger on us," she told the AP.

The 47-year-old Gheit and 10 other families have taken refuge in another house nearby. Gheit on Wednesday cooked a meal in a giant cauldron over a bonfire in the courtyard as children ran around nearby. She said her family car was packed with blankets and clothing in case they need to flee again.

"All we can do is run from place to place," she said. "They don't like Moammar Gadhafi, but what was our crime?"

By HADEEL AL-SHALCHI 10/ 5/11
04:31 PM ET
AP

Benghazi Oil-rich city of east bids for power in new Libya

Libya’s eastern city of Benghazi would risk fading back into obscurity after a six-month interlude as the seat of the revolutionary government were it not for one powerful asset: oil.

Benghazi residents are struggling to convert their wartime sacrifices into economic clout to restore the status of a city once deemed on a par with the capital, Tripoli, and rescue it from its relative obscurity in the Muammar Gaddafi era.

Under Gaddafi, Benghazi was at the mercy of Tripoli for its share of state funding, even though most of this is generated from nearby eastern oil fields. Libya’s economy is almost entirely reliant on oil and gas revenue.

Cradle of the anti-Gaddafi revolt, Benghazi had languished low on the deposed ruler’s list of spending priorities, which many see as punishment for a tradition of eastern resistance to his 42 years of one-man rule — and to Tripoli’s dominance.

“There’s a feeling of entitlement in Benghazi and they want rewards. They held the fort for six months and this came on the back of a period of repression,” said a Libyan oil industry source in the city where the interim National Transitional Council (NTC) set up its headquarters early in the revolt.

Youssef Mahmoud, an engineer at Jowef Oil, a subsidiary of the state National Oil Corporation (NOC), typifies the sort of grassroots resource regionalism that has the potential to shake up the North African country’s bedrock industry.

He heads a group of about 4,000 state oil workers called the Feb. 17 Oil Committee, and is lobbying Libya’s interim rulers for a “greater say in oil policy” that would be symbolised by moving NOC headquarters from Tripoli to Benghazi.

“Gaddafi took it (the NOC) to Tripoli because he wanted control. But where are the fields?” complained Mahmoud, jabbing his finger at a map of Libya, showing a large clump of black circles representing oil fields in the eastern Sirte Basin.

The east supplies more than 60 percent of oil exports and much of Libya’s untapped oil is thought to be in this region, including the virgin Kufra Basin near the Sudanese border.

Libya has Africa’s largest oil reserves.

Benghazi residents hope oil revenue, worth around $130 million a day at current Brent prices, can fuel an economic revival in the east, from cleaning up the streets to promoting new industries such as tourism.

“It’s not just oil, we have beautiful places,” said Ali, who works in a youth hostel in Benghazi.

Old postcards in hotel cabinets remind visitors of the city’s former charms. One shows the long, crescent-shaped Italian ‘Lungomare’, or seaside promenade, with its Doric columns and distinctive double-domed Catholic cathedral. Another pictures Juliana Beach full of happy, paddling children.

Today, seafront visitors encounter the near-ubiquitous smell of sewage and rusting carcasses of broken-down cars.

POINT OF NO RETURN

It may be hard for Libya’s new rulers to ignore Benghazi’s demands, given the role the city played in initiating the revolt against Gaddafi in February and spearheading a NATO-backed military campaign that has pushed his troops back to Sirte.

Eastern Libya’s many former revolutionary brigades will not want to see their region lose out in the post-Gaddafi era — although fighters from the Western Mountains and Misrata may be just as keen to turn their military exploits into political power.

Benghazi’s trump card, however, is oil.

“When armed local stakeholders, and perhaps militias, start saying this oil is on our territory, it becomes an emerging political risk,” said Henry Smith, Libya analyst at London-based consultancy Control Risks.

Besides the city’s well-documented political and military roles, the Benghazi-based Arabian Gulf Oil Company (Agoco) played a vital role for Libya in selling oil and buying fuel when international sanctions had incapacitated the NOC.

This inverted the relationship between the parent company and its subsidiary, perhaps irreversibly.

A senior NOC source said plans were in place to wrest control back from Agoco by mid-October, but added that the relationship between the two firms would likely have to alter.

“There will be a struggle for power. The NOC wants to go back to its old role and Agoco is saying that it supported the revolution so it wants a bigger say,” he said.

“It wants a commercial basis. Agoco wants to get some profits from the operations.”

In an indication of the simmering tensions, a source within Agoco referred to the NOC as “Bab al-Aziziya for the oil sector” — the name of Gaddafi’s fortified compound in Tripoli.

OLD AND NEW RIVALRIES

Healing the historical east-west rifts, and new ones that have emerged during the revolution, will be a key test for interim rulers in the factionalised and heavily-armed country.

Cultural divisions between Tripoli and Benghazi pre-date Roman times when Tripolitania and Cyrenaica were separate provinces. Libya’s Senussi kings were from the east and Benghazi was seen as Tripoli’s equal before army officers led by Gaddafi toppled King Idris in 1969.

Months of conflict have reinforced a sense of distance between Tripoli and Benghazi, 1,000 km apart.

Poor telephone links mean Libyans must dial internationally between the two cities. Gaddafi forces are still holding out in the coastal city of Sirte, impeding traffic on the main east-west highway and forcing travellers to fly via a NATO air corridor in the Mediterranean or to go by ship.

Benghazi’s ambitions for economic power in the new Libya may sound aspirational, but some politicians may be listening.
All three foreign leaders who visited Libya last month — French, British and Turkish — chose to visit the city.

“(French President Nicolas) Sarkozy has given a message by coming to speak in Benghazi. He is saying that Benghazi should not be ignored,” said Nasser Ahdash, head of the National Forum, a political group which has helped organise marches to back demands that Benghazi should be Libya’s economic capital.

In another nod to the eastern city, NTC leader Mustafa Abdel Jalil, from eastern Libya himself, has not yet moved to Tripoli from Benghazi. Initially, his foot-dragging was seen as linked to security concerns. Now it looks more political.

The NTC’s vice-chairman and spokesman, Abdel Hafiz Ghoga, said the move would not happen until Libya is fully “liberated” from Gaddafi and that the NTC would not abandon Benghazi.

“We will keep a base for the NTC. Benghazi is necessary.”

Wednesday, October 5, 2011

Georgia Continues Military Build-Up On Abkhaz, South Ossetian Borders


Georgia ‘continues military build-up’ on Abkhaz, South Ossetia borders

Georgia is boosting its military potential at its borders with Abkhazia and South Ossetia, Russian Deputy Foreign Minister Grigory Karasin said on Tuesday.

Speaking after a regular round of Geneva Discussions on security in Transcaucasia, Karasin said there was “continuing activity of sabotage and reconnaissance groups” in the breakaway republics, aimed at “destabilizing the situation” in border areas.

Such activities, he said, undermine the confidence building process between Georgia and its former republics.

He also added that the time had come for Georgia to recognize Abkhazia and South Ossetia as independent countries and develop proper relations with them.

Russia recognized Abkhazia and South Ossetia in 2008, following a five-day war with Georgia. The war began when Georgia attacked South Ossetia in an attempt to bring it back under central control.

October 4, 2011 | Russian Information Agency Novosti

Libya/War for oil: Life inside besieged Libyan city of Sirte is "unimaginable"

By Tim Gaynor

SIRTE | Tue Oct 4, 2011 2:36pm EDT

Oct 4 (Reuters) - Fleeing besieged Sirte, Ali Durgham couldn't stop the tears as he described how his father had been killed by a stray shell as he walked to the mosque with his brother.

"He died in my arms," Durgham said. "I buried him yesterday."

The young man's uncle is now in Sirte's Ibn Sina hospital -- but it, too, has been hit in the fighting, residents said.

"The hospital is being attacked with shells," Durgham said, echoing other people leaving the city. "It's filled with dirt. There's only three doctors who are working with patients."

Despite the shelling and a deeper push into the city by interim government forces ahead of what may be a final battle, he said he was determined to go back into Sirte on Wednesday to bring his uncle out.

The stories told by the people streaming out of Muammar Gaddafi's hometown, mostly recounted at checkpoints manned by anti-Gaddafi forces, provide a grim snapshot of life inside.

"It is unimaginable back there," Masoud Awidat, who had just driven out of the town in a car with a bullet-riddled windscreen and door, told Reuters.

"It gets worse every day. There's no food. There are fires, apartments are destroyed."

Terrified residents are sleeping in the streets and under stairs for fear that their roofs will fall in overnight.

People talked of two families whose cars had been hit by rocket propelled grenades as they tried to flee the city.

One man showed a piece of string holding up his trousers because he had not eaten for so long.

"These used to fit me," he said.

A Red Cross team who managed to deliver medical supplies to Sirte's hospital has reported that the city of about 100,000 people has no power. Civilians say many streets are flooded.

Sirte has been under attack for about three weeks, the target of a couple of all-out assaults and near-constant shelling by interim government forces and NATO air strikes.

"IT WILL BE LIKE GADDAFI SAID"

Pro-Gaddafi fighters inside are putting up fierce resistance and, NATO and some civilians say, forcibly recruiting locals to fight alongside them and preventing people from getting out.

"We reached the outskirts of the city but the militia stopped us from leaving," Awidat said of a previous attempt he made to leave. He managed to slip out on Tuesday morning.

"Where we live there are still families trapped," he said.

Sirte presents a conundrum for the ruling National Transitional Council (NTC) and for NATO, whose mandate in Libya is to protect of civilians.

The NTC must strike a balance between a prolonged fight that would delay their efforts to govern and a quicker but bloody victory that would worsen regional divisions and embarrass the fledgling government and its foreign backers.

Some civilians say pro-Gaddafi fighters are hiding in residential areas, raising fears of vicious street battles ahead.

"Sirte is not going to be like Tripoli," said NTC medic Mashallah Al-Zoy, referring to the relatively easy manner in which anti-Gaddafi fighters swept into the capital.

"It will be street-to-street, house-to-house, like (Gaddafi) said."

Some residents now cannot afford the scarce fuel they need to drive out to safety, the United Nations and aid groups say.

Residents said pasta and flour had become precious commodities.

NTC fighters, viewed with suspicion by many people leaving Sirte, have been handing out food and drinks at makeshift kiosks along the route.

"I haven't eaten bread in weeks," said Fathi al-Naji as he crammed a tuna sandwich into his mouth.

Some people leaving on Tuesday looked lost.

Three women and two men from Chad, who said they had lived in Sirte for years, wandered along a roadside not far from the town, with nine bewildered children but no belongings.

When asked how much longer he estimated food supplies in Sirte could last, one of the men answered: "what food?". (Additional reporting by Rania El Gamal in Sirte; Writing by Barry Malone; Editing by Andrew Roche)

Monday, October 3, 2011

Libya/Neo-colonization: New Libyan NTC regime torturing prisoners

A US human rights watchdog has called on Libya's new regime to stop its loyalists from rounding up suspected opposition forces and torturing and enslaving them.

Human Rights Watch (HRW) warned on Friday that militiamen loyal to the Nato-backed National Transitional Council have locked up thousands of people on suspicion of supporting former leader Muammar Gadaffi, including women and children - and none have been brought before a judge.

It said that some detainees reporting beatings and electric shocks had the scars to prove it.

HRW staff recently visited 20 detention camps in Tripoli and interviewed 53 inmates, including 37 Libyan citizens and 16 sub-Saharan Africans.

The investigators discovered that NTC-aligned gunmen had forced some dark-skinned Libyan people and migrants to do manual labour, including carrying heavy materials, cleaning and renovating buildings around Tripoli or on military bases.

Detainees who reported abuse said guards beat them, sometimes daily.

HRW did not to release the names of detainees and facilities for fear of reprisals against those interviewed.

A sub-Saharan African man identified only as Mohammed wept as he showed HRW investigators welts on his arms, back and neck from beatings by guards at a small detention camp.

And seven prisoners in two facilities, including women, said guards had subjected them to electric shocks.

HRW regional director Joe Stork said: "After all that Libyans suffered in Muammar Gadaffi's jails, it's disheartening that some of the new authorities are subjecting detainees to arbitrary arrest and beatings today.

"The NTC owes it to the people of Libya to show that they will institute the rule of law from the start."

The NTC is struggling to form a new government amid infighting over government posts and continued resistance to its rule in several towns.

  • Italian energy giant Eni has signed a deal to restart oil and natural gas plants under Italian management.

    The firm hopes to get natural gas, another mainstay of Libya's economy, flowing to Italy again through the Greenstream pipeline by October.

by Tom Mellen

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